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17 de mai. de 2010

Poeira

Quem me conhece de verdade sabe que sou extremamente saudosista.
Tenho discos de vinil colados na parede da cozinha, ouço fitas cassete do começo dos anos 90 e me jogo fácil ao ouvir aqueles pagodes de gosto duvidoso gravados pelo Raça Negra (uôu, fui longe!).
Mas hoje superei tudo: estou com uma saudade exagerada de coisas tão simples quanto uma máquina de escrever (as mecânicas, não as elétricas). Saudade de bater forte naquela tecla que emperra e depois perceber que todos os emes do texto ficaram em destaque. Saudade do som hipnótico da matriz indo e voltando a cada linha. Saudade de encaixar a folha perfeitamente, para garantir um texto linear (pelo menos fisicamente).
Em uma bela e trabalhosa carta datilografada – palavra bonita – não há espaço para vc, para naum ou outras coisinhas... O delete vem em potinhos com tinta branca e fedida. E o Arial 12 é difícil de conseguir. Mesmo.
Tempo bom.
Tempo muito bom!

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